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Sobremesa Gelada de Bolo Lowcarb

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Essa sobremesa gelada é um jeito perfeito para fazer render seu bolo lowcarb e acrescentar múltiplas camadas de sabores! E o melhor, você pode diversificar com os materiais que tiver em casa, sempre produzindo uma coisa nova!

Essa sobremesa eu fiz com o restinho de Bolo Cetogênico, tava muito gostoso por sinal, mas poderia funcionar com qualquer bolo, por exemplo o Bolo de Chocolate que ensinamos no blog. O importante é usar a criatividade.

Ingredientes:

 

• 1 pedaço de bolo (Eu usei 100g de bolo cetogênico);

• 100g (1/2 xícara) de chocolate (Usei 70%);

• 500g (2 xícaras) de creme de leite – Veja aqui qual é o melhor!;

• 100g de morangos (ou mais, vai do gosto hehehe)

• Adoçante a gosto (mais indicados são xilitol, eritritol, stevia e sucralose)

 

Modo de fazer:

– Misture 100g de chocolate com 200g de creme de leite, isso vai fazer uma ganache deliciosa, existem outras alternativas de ganache aqui!

– Pegue os morangos (reserve alguns) e bata com 300g de creme de leite. Poderia ser qualquer outra fruta que você goste, por exemplo kiwi!

– A ordem fica a gosto do freguês! Eu gostei muito de colocar o chocolate em baixo, depois os pedaços de bolo formando uma nova camada, (depois acabei colocando um resto de pasta de castanha que eu tinha feito :P) e por fim, a camada de morangos e do creme de morango para uniformizar. Por cima poderia ser chocolate ou morangos picados, mas como eu tinha castanhas, eu acabei as colocando!

– Deixa gelar por pelo menos 1 hora!

Agora é só aproveitar essa delícia improvisada LowCarb! Cada um pode fazer sua sobremesa gelada do jeito que quiser. Não precisa seguir a risca, essa é a beleza de cozinhar.

Faça a sua e nos marque nas rede sociais! Vamos adorar ver o resultado. Quem sabe você vai conseguir inspirar outras pessoas?

OBS 1: Essa receita pode se tornar completamente Paleo e Lactosefree, se for utilizado ingredientes naturais e não usar creme de leite (mesmo o fresco)!

OBS 2: Essa receita se encaixa na Dukan caso usem os ingredientes com menor teor de gordura, e o bolo pode ser com farelo de aveia (mas perderá o aspecto saciante, e infelizmente acabará usando muitos produtos industrializados).

OBS 3: Lembre-se que para manter a sobremesa cetogênica, não se pode usar frutas muito doce e cuidado com o bolo também. Se não estiver mantendo a cetose, aconselho que faça o creme de morangos com maçã, e coloque manga no meio, fica uma verdadeira delícia, heheeh!

E vocês? Tem ideias de sobremesas que sejam rápidas e gostosas para a dieta? Deixe um comentário e inspire outros!

Segue a distribuição dos macronutrientes da receita:

 

Sobremesa Cetogênica: Creme de Morango e Coco!

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Esta sobremesa cetogênica à base de morango e coco é uma das melhores saídas para se  manter na dieta com uma fonte de gordura e é extremamente saciante.

A combinação morango e coco é sempre muito bem vinda, ela pode ser usada em Smoothie e em uma Petit Sobremesa. E essa sobremesa cetogênica então, é muito fácil e precisa de poucos ingredientes! Vamos à receita?

Ingredientes:

 

• 50g de coco ralado (fresco é melhor);

• 120 ml (1/2 xícara) de leite de coco;

• 50 ml (3 c.s.) de creme de leite (opcional) – Veja aqui qual é o melhor!;

• 50g de morangos (ou mais, vai do gosto hehehe)

• Adoçante a gosto (mais indicados são xilitol, eritritol, stevia e sucralose)

Modo de fazer:

 

– Coloque o leite de coco e o coco ralado numa panela. Se o coco for seco (aqueles de pacote do mercado) deixe essa mistura por uns 10 min para hidratar.

– Aqueça em fogo médio e coloque a mistura de coco e leite de coco para reduzir um pouco, ele deve engrossar (apurar).

– Metades dos morangos, podem ser colados logo no início o caldo vai ficar com gosto de morango, mas aí tem que mexer bem para não ficar pedaços grandes e moles. Se vc colocar no final, quando apurar, o gosto do morango vai ser só na mordida, o que é bom também!

>>>> OBS: Para ficar igual a primeira foto, eu bate os morangos com leite de coco no liquidificador, aí ficou BEM rosa, mas as outras fotos não fiz assim, não achei que valia tanto a pena, hehehe.

– Após apurar a mistura, coloque o creme de leite, já com o fogo desligado, para dar cremosidade a mistura.

– Adicione adoçante a gosto. Em geral, o coco e morangos já são doces, de modo que não precisa adoçar. Mas é questão de gosto mesmo. heeheh

– Corte grosseiramente morangos e coloque por cima da sobremesa.

– Deixe 30 minutos no congelador, para apurar o sabor, quanto mais tempo melhor. Sirva gelado!

– Rende duas porções bem generosas.

OBS 1: Essa receita pode se tornar completamente Paleo, se for utilizado o coco e leite de coco fresco e não usar creme de leite (mesmo o fresco)!

OBS 2: Essa receita se encaixa na Dukan caso usem os ingredientes com menor teor de gordura, como os light (mas perderá o aspecto saciante, e infelizmente acabará somente usando produtos industrializados)

OBS 3: Essa receita pode ser sem Lácteos desde que substitua o creme de leite por leite de coco.

E vcs? Tem ideias de sobremesa cetogênica que sejam rápidas e gostosas para a dieta? Deixe um comentário e inspire outros!

Segue a distribuição dos macronutrientes da receita:

Estudo PURE publicado no The Lancet: Bons ventos!

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E nessa terça-feira (29/08/2017) o mundo lowcarb sofreu um abalo sísmico provocado pelas comemorações de milhões de pessoas ao ler o estudo PURE publicado numa das maiores revistas de saúde pública do mundo, The Lancet!

O simplesmente épico: “Eu não disse” do Dr. Souto! O motivo, a conclusão abaixo diz tudo:

A ingestão elevada de carboidratos foi associada a um maior risco de mortalidade total, enquanto que a gordura total e os tipos individuais de gordura estavam relacionados a menor mortalidade total. A gordura total e os tipos de gordura não foram associados a doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio ou mortalidade por doenças cardiovasculares, enquanto a gordura saturada teve associação inversa com AVC. As orientações dietéticas globais devem ser reconsideradas à luz desses achados.

Isso é consequência do reconhecimento da população mundial na Ciência, na prática responsável da Ciência, sobre os achismos que impregnaram o mundo da saúde (e tanto outros tópicos) por tantos anos. É de aplaudir de pé!

O estudo pode ser encontrado aqui: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(17)32252-3/fulltext?elsca1=tlxpr

Fica aqui a foto que achei mais memática para o assunto!

Retirada do perfil @dri_maschwitz , #chupadiretriz!

Associações de gorduras e ingestão de carboidratos com doenças cardiovasculares e mortalidade em 18 países de cinco continentes (PURE): um estudo prospectivo de coorte

[Nota do blog: É interessante que o leitor leia a postagem do dr Souto sobre como interpretar estudos científicos..]

Métodos

O estudo da PURE (Prospective Urban Rural Epidemiology) é bem vasto e é do tipo prospectivo de coorte epidemiológico de indivíduos com idade entre 35 e 70 anos (inscrito entre 1º de janeiro de 2003 e 31 de março de 2013) em 18 países com um acompanhamento médio de 7,4 anos.

A ingestão dietética de 135.335 indivíduos foi registrada usando questionários de freqüência de alimentos validados. Os resultados primários foram a mortalidade total e os principais eventos cardiovasculares (doença cardiovascular fatal, infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca). Os resultados secundários foram todos infartos do miocárdio, acidente vascular cerebral, mortalidade por doenças cardiovasculares e mortalidade por doenças não-cardiovasculares.

Os participantes foram categorizados em quintis de ingestão de nutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas) com base na porcentagem de energia fornecida pelos nutrientes. Avaliamos as associações entre o consumo de carboidratos, a gordura total e cada tipo de gordura com doença cardiovascular e mortalidade total. Calculamos os índices de risco (HRs) usando um modelo de fragil Cox multivariável com interceptações aleatórias para explicar o agrupamento central.

Achados

Durante o seguimento, documentamos 5.796 óbitos e 4.784 grandes eventos de doenças cardiovasculares. Uma maior ingestão de carboidratos foi associada a um risco aumentado de mortalidade total mas não com risco de doença cardiovascular ou mortalidade por doenças cardiovasculares.

A ingestão de gordura total e cada tipo de gordura foi associada com menor risco de mortalidade total. Maiores ingestão de gordura saturada foi associada a menor risco de acidente vascular cerebral. Gordura total e gorduras saturadas e não saturadas não foram significativamente associadas ao risco de infarto do miocárdio ou mortalidade por doenças cardiovasculares.

Interpretação do Resultado:

A ingestão elevada de carboidratos foi associada a um maior risco de mortalidade total, enquanto que a gordura total e os tipos individuais de gordura estavam relacionados a menor mortalidade total. A gordura total e os tipos de gordura não foram associados a doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio ou mortalidade por doenças cardiovasculares, enquanto a gordura saturada teve associação inversa com AVC. As orientações dietéticas globais devem ser reconsideradas à luz desses achados.

Notícias Vinculadas

O The Lancet é tão importante, que no MESMO DIA, a saiu em duas revistas eletrônicas:

Notícias Uol: Consumo moderado de gordura é melhor que dieta rica em carboidrato.

Revista Veja: Sim, gordura faz bem para a saúde

Se em 2017, um médico mandar tirar a gordura da dieta, POR FAVOR, envie o link do artigo para ele!! E torça para que ele seja do tipo que gosta de se atualizar!!! Se não for, sugiro trocar de médico. 😀

É TOTALMENTE RECOMENDADO QUE VOCÊ LEIA O POST ABAIXO DO DR. SOUTO COMENTANDO SOBRE ESSE ARTIGO:

Estudo PURE (Agosto/2017)

E por fim, segue um outro artigo do Dr. Souto já falando de OUTRO estudo da PURE sobre o assunto, isso em fevereiro desse ano. Vale a pena dar uma conferida!!

Estudo PURE: Novas Evidências:

Hoje eu acordei e comemorei a notícia com um belo café da manhã, ovos com bacon! Restante do dia, salada e uma bela porção de carne! A noite estava sem fome, e nenhuma diretriz me faria comer sem fome, portanto, dormir!!

Espero que as coisas mudem ainda mais! Espero realmente que o Governo Brasileiro, assim como o Governo Sueco, mude! E espero que seja em breve!!

Um abraço, e conte o que achou da notícia, vamos debater!!

Dieta sem carboidrato funciona? – Jornal da Record

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Ano passado (2016), o Jornal da Record exibiu uma série de reportagem sobre Dieta sem carboidrato que conta com a participação do Dr. Souto. A série exibida está muito boa e é uma interessante fonte para passar aos amigos.

A base da dieta está toda no vídeo, existem alguns erros, principalmente na “glorificação” da gordura, sendo que na realidade nós deixamos de ter medo dela, mas não quer dizer que devemos comer em quantidade absurdas.

O pior exemplo foi do cara que emagreceu 16kg comendo só ovo e bacon. Pelo menos é o que pareceu, MAS não mostraram as refeições no prato dele, logo não podemos ter certeza se foi isso mesmo. Porém, volto a dizer, a base da dieta são as saladas, bem temperadas, com boa gorduras para dar sabor.

Bacon é bom, é! Comer ovos com bacon no café da manhã é bom? É! Mas comer todo dia a mesma coisa, é um sério sinal de que a dieta não está correta.

Precisamos de diversidade nutricional, coisas diferentes, para estimular e desenvolver nosso paladar, todo dia.

O vídeo saiu na grande mídia, e isso por si só, já mostra a força da ciência e da credibilidade da dieta lowcarb.

Série JR: Dieta sem carboidrato

Veja outros vídeos clicando aqui!

Creme de leite: Qual usar?

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Uma das dúvidas mais comuns que recebo de pessoas que estão iniciando nesse universo lowcarb é sobre o creme de leite. Qual usar? Como escolher?

Pois bem, aqui vale a regra de sempre. Leia a lista de ingredientes. Creme de leite é a fração mais gorda do leite, ou seja, não tem ingredientes. O rótulo deve listar apenas “creme de leite”.

Tendo isso em mente, devemos buscar sempre consumir o creme de leite mais puro possível. Idealmente seria o que vem direto da fazenda. Bem próximo disso temos o creme de leite fresco, vendido em garrafinhas na parte de refrigerados do mercado.

Apenas 1 ingrediente. 🙂

Porém, não vivemos no mundo ideal, e dentro das opções industrializadas podemos fazer escolhas melhores. Procure a embalagem que tem o menor número possível de ingredientes. De modo geral, fuja das versões em caixinha. Leia o rótulo e veja que está longe de ser um creme de leite de verdade.

Uma opção razoável de caixa é a versão “gourmet” da Piracanjuba que tem 30% de gordura. Ainda tem bruxaria, mas pelo menos o desempenho culinário é melhor. Como o preço não é dos melhores, nem sempre compensa.

As opções em lata são as menos piores, e dentre elas o creme de leite Nestlé é o que se destaca. É a melhor opção caso não seja possível usar creme de leite fresco.

Dois ingredientes. Sem espessante.

Se o bolso não alcançar, tenha cuidado ao escolher o seu creme de leite. Leia sempre atentamente a lista de ingredientes e a tabela nutricional.

E se você é do tipo que se anima com o “0g” de carboidrato que as tabelas exibem, leia novamente esse post do Dr. Souto: É ZERO, mesmo?

Mais importante que ser lowcarb é ser minimamente industrializado. E quando estiver tendo que lidar com a questão dos preços, lembre que mais vale um creme de leite de qualidade consumido ocasionalmente do que um de má qualidade consumido diariamente. Sua saúde agradece. 😉

Dieta cetogênica e enxaqueca

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Qual a relação entre dieta cetogênica e enxaqueca? Trazemos para vocês uma entrevista com Cherubino Di Lorenzo (feita pela ResearchGate), a respeito do seu último artigo sobre o assunto.

Aqui no Brasil, existe o site do Dr. Feldman que é específico sobre enxaqueca, deixo dois links para leitura (link 1 e link 2). Além disso, ele escreveu um livro sobre uma dieta específica para combater a enxaqueca e que por sinal, é cheia de comida de verdade. Vale a pena a leitura.

Boa leitura e vamos a entrevista!

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A dieta foi originalmente desenvolvida para a epilepsia infantil há um século e agora é estudada para tratar enxaquecas.

Antes que a dieta cetogênica se tornasse a mais recente tendência de dieta de baixo teor de carboidratos, ela foi usada para tratar a epilepsia infantil. Os médicos tinham observado que o jejum reduziu a quantidade de convulsões, e comer principalmente um pouco mais de gordura, imitou o efeito da fome no cérebro. Nos últimos anos, os pesquisadores fizeram observações positivas semelhantes com relação à enxaquecas. Cherubino Di Lorenzo, da Universidade Sapienza de Roma, estuda o efeito de uma dieta cetogênica nos cérebros de pacientes com enxaqueca, em seu último artigo.

Research Gate: O que é uma dieta cetogênica?

Cherubino di Lorenzo: A dieta cetogênica é um regime de alimentação especial que imita a fome, restringindo a ingestão de carboidratos. Foi desenvolvido há 95 anos para tratar a epilepsia resistente a fármacos em crianças. Tradicionalmente, a dieta cetogênica é rica em gordura e pobre em carboidratos, mas nas últimas décadas desenvolveu-se outro tipo de dieta cetogênica para tratar a obesidade e a síndrome metabólica: baixo teor de gordura (10-15 gramas/dia), baixo teor de carboidratos (20-50 gramas/dia), também conhecida como a dieta cetogênica de (muito) baixa caloria (VLCKD).

[Nota do blog: VLCKD é bem mais extremo que dieta cetogênica pq ele utiliza dois controles para emagrecimento, calorias e insulina, porém não recomendamos que façam sem uma orientação médica, pois é extremamente restrita. além disso, a alimentação deve ser prioritariamente de saladas evitando ao máximo os industrializados]

RG: O que essa dieta faz ao corpo e ao cérebro em particular?

Di Lorenzo: Durante uma dieta cetogênica, a restrição de carboidratos induz o metabolismo da gordura para produzir os chamados corpos cetônicos. Esses corpos cetônicos agem como um substituto para carboidratos e combustível para vários tipos de células, incluindo neurônios.

Na dieta cetogênica clássica, a gordura que é absorvida com o alimento é a fonte para a produção de corpos cetônicos. Na dieta cetogênica de muito baixa caloria, no entanto, os corpos cetônicos são produzidos a partir de gorduras no tecido adiposo. Você poderia pensar deste processo como lipoaspiração bioquímica do próprio corpo.

Cada molécula de corpos cetônicos produz mais energia do que a glicose, mas menos estresse oxidativo, para que o cérebro e os músculos trabalhem de forma mais eficiente. Este efeito de corpos cetônicos como reforços energéticos é muito importante em pacientes com enxaqueca, porque eles têm um déficit energético no cérebro.

Corpos cetônicos também têm um efeito anti-inflamatório. Isto também é importante porque a “inflamação estéril” – inflamação causada pelos danos e não pelos micróbios – está no cerne das enxaquecas. Os corpos cetônicos atenuam a inflamação neural que é comum em epilepsia e enxaquecas e modulam a excitabilidade cortical, a taxa de disparo dos neurônios. 

RG: Como você teve a idéia de estudar os efeitos de uma dieta cetogênica em enxaqueca?

Di Lorenzo: O nosso interesse em dietas cetogênicas nasceu em 2009. Um efeito colateral comum da maioria dos medicamentos para a profilaxia da enxaqueca, incluindo antidepressivos, antiepilépticos, antagonistas de cálcio e bloqueadores beta, é ganho de peso. O problema: aumento do peso também pode piorar as dores de cabeça nesses pacientes. Por esse motivo, recomendamos que pacientes com excesso de peso vejam um nutricionista antes ou durante o tratamento preventivo. Um desses dietistas, Giulio Sirianni, observou que os pacientes submetidos a dietas cetogênicas de baixas calorias apresentaram menor dor de cabeça. Na maioria dos casos, as dores de cabeça desapareceram mesmo durante a fase cetogênica da dieta.

[Nota do Blog: Ele está se referindo a esse artigo:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3951260/]

RG: Como você estudou a dieta em seus pacientes?

Di Lorenzo: Depois de vermos esses efeitos, decidimos confirmar nossos achados em uma grande população de pacientes. Estudamos dois grupos de enxaqueca que visitaram o dietista para a perda de peso e avaliaram o efeito de uma dieta cetogênica e não cetogênica em suas enxaquecas. Nosso nutricionista seguiu rigorosamente o protocolo da Sociedade Italiana de Dieta Médica (SDM) que diz restringir a dieta cetogênica a um mês, seguido de uma fase não-cetogênica de cinco meses de dieta. Observamos que as dores de cabeça melhoraram drasticamente apenas durante a fase cetogênica da dieta e pioraram novamente no final desse mês. Concluímos que a dieta cetogênica foi o motivo dessa melhora.

No entanto, não temos certeza de que a razão pela qual a dieta cetogênica funciona tão bem em nossos pacientes é apenas devido à produção de cetonas. Na verdade, observamos que, na maioria dos casos, nossos pacientes também apresentam resultados anormais nos testes de tolerância oral à glicose, tanto na forma como seu nível de açúcar no sangue e seus níveis de insulina respondem à ingestão de açúcar. Uma vez que os carboidratos são uma forma de açúcar, uma dieta baixa em carboidratos pode mitigar essas respostas. Nossa hipótese é que a combinação de corpos de cetona e mudança de resposta à glicemia pode levar ao excelente efeito terapêutico que observamos em nossos pacientes.

Mais recentemente, encontramos resultados semelhantes para enxaquecas sem sobrepeso e pacientes com a forma mais grave de dor de cabeça, cefaleia em salvas, que consumiram uma dieta cetogênica rica em gordura com ingestão calórica normal. Contudo, descobrimos que a dieta não é eficaz em dores de cabeça tipo tensão e dores de cabeça cervicogênicas, uma forma de dor de cabeça que se origina no osso ou nos tecidos moles do pescoço.

[Nota do blog: Esse último parágrafo é importante, e por isso recomendamos (novamente) que antes de tudo, consultem um médico especializado no assunto para identificar e propor um tratamento adequado, discuta com seu médico a dieta cetogênica.]

RG: Qual o próximo passo na sua pesquisa?

Di Lorenzo: Em seguida, gostaríamos de estudar o efeito positivo da cetogênese em pacientes com enxaqueca crônica (mais de 15 dias de enxaqueca por mês) por períodos prolongados e em enxaquecas episódicas resistentes a fármacos e pacientes que não respondem a tratamentos profiláticos comuns.

Nós também gostaríamos de explorar a influência da dieta cetogênica na excitabilidade cortical de enxaqueca. Atualmente, estamos conduzindo um estudo duplo-cego em andamento em pacientes obesos com enxaqueca episódica.

RG: Você aconselharia pacientes com enxaqueca a tentar uma dieta cetogênica?

Di Lorenzo: Atualmente, aconselhamos a dieta cetogênica em sua forma hipocalórica para pacientes com enxaqueca e sobrepeso e para todos os pacientes com dor de cabeça e enxaqueca resistentes a fármacos. Não sei por que, mas é muito raro encontrar uma pessoa obesa entre pacientes com cefaleia em salvas.

Na nossa experiência, os pacientes motivados não acham difícil seguir uma dieta cetogênica, especialmente porque há menos efeitos colaterais e eventos adversos em comparação com tratamentos farmacológicos preventivos comuns.

RG: As dietas cetogênicas também são populares para perda de peso e resistência. Você recomendaria a dieta para pessoas sem indicação médica?

Di Lorenzo: Não há riscos especiais para os pacientes que seguem a dieta. Além dos pacientes com diabetes tipo I, não há contra-indicações para isso. Como mencionei, a dieta cetogênica é melhor tolerada do que os tratamentos profiláticos farmacológicos comuns.

[Ele se refere ao risco de desenvolver cetoacidose, mas isso ocorre se houver descontrole dos níveis de glicose. Tem mais informações nesse link e também tem um vídeo de uma paciente com diabetes tipo 1 nesse link]

Os efeitos colaterais mais comuns são sintomas gastrointestinais leves a moderados, facilmente gerenciados com produtos de balcão. Alguns pacientes com enxaqueca relataram perda de cabelo como um efeito colateral. Isso é estranho porque este sintoma nunca foi relatado por nenhuma outra população de pacientes.

Conheço centenas de pacientes que seguiram uma dieta cetogênica para perda de peso e desempenho de resistência sob supervisão médica sem problema. No entanto, recomendo a supervisão médica profissional. Se a dieta for feita incorretamente, pode ser insalubre. É por isso que alguns países consideram as dietas cetogênicas como inseguras, mas essa não é minha experiência. Pessoalmente, para pacientes com síndrome metabólica e fatores de risco para acidentes vasculares cerebrais, recomendo a dieta cetogênica muito baixa como tratamento de primeira escolha, talvez em associação com a aspirina, antes de qualquer outro tratamento farmacológico.

Link do conteúdo em inglês: https://www.researchgate.net/blog/post/less-carbs-more-fat-ketogenic-diet-treats-migraine-patients

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É isso, espero que tenham gostado, e comentem se já passaram por um tratamento parecido com esse. Até mais!