A Dieta da Mente

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No início de maio de 2014 chegou meu exemplar do A Dieta da Mente, livro do Dr. David Perlmutter que fez barulho nos EUA. O livro foi lançado nos EUA em setembro de 2013, então foi realmente uma boa surpresa quando soubemos que o Grain Brain seria lançado em português tão rápido.

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Título: Dieta da Mente
 Autores: Dr. David Perlmutter e Kristin Loberg
ISBN: 9788565530606
Edição: 1ª – 2014
Páginas: 344
Editora: Paralela

O Dr. David é neurologista e em seu livro discorre sobre os efeitos nocivos do glúten (e dos carboidratos em geral) no nosso cérebro.

Mais uma vez eu lamentei a tradução do título e a capa sensacionalista que passa uma ideia totalmente equivocada do livro. Eu sei que Grain Brain não é uma título fácil de traduzir diretamente, mas A Dieta da Mente, na minha opinião, passa a ideia de mais uma dieta doida, tipo dieta da lua e afins. Ainda por cima parece que é uma dieta que usa o poder da mente para emagrecer….¬¬

Títulos e capas à parte, o livro é muito bem traduzido e apresenta o tema de forma muito acessível e organizada, sem exagerar em termos técnicos demais, além de quase 300 referências.

Logo de início o autor deixa claro que este não é “mais um livro de dieta”:

Meu objetivo, ao escrever A dieta da mente, é fornecer informações sólidas e baseadas em perspectivas científicas e psicológicas modernas e evolucionistas. Este livro foge das ideias preconcebidas — e dos interesses corporativos escusos. Propõe uma forma inteiramente nova de compreender a causa por trás das doenças do cérebro e oferece uma promissora mensagem de esperança: elas podem ser, em grande parte, evitadas. Por isso, caso você não tenha entendido até aqui, vou ser absolutamente claro: este não é apenas mais um livro de dieta ou um manual de instruções genérico sobre prevenção de doenças.

Na primeira parte do livro são apresentados os inimigos do cérebro que o tornam vulnerável a disfunções e doenças. Também são debatidos os efeitos da tradicional pirâmide alimentar e demostrado como uma dieta pobre em carboidratos e rica em gorduras é o ideal. Inclusive há alguns comparativos entre a dieta dos nosso ancestrais e a atual.

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Página 37

Em relação ao glúten são apresentados diversos argumentos sobre os impactos negativos no organismo e, em especial, no cérebro. As diferenças entre a doença celíaca e a sensibilidade ao glúten são expostas e um importante alerta em relação ao diversos graus de sensibilidade é feito.

Cerca de 99% das pessoas que atendo têm sistemas imunológicos que reagem negativamente ao glúten e elas nem sequer sabem disso. O dr. Hadjivassiliou afirma ainda que “a sensibilidade ao glúten pode ser primordialmente, e às vezes exclusivamente, uma doença neurológica”. Em outras palavras, quem tem sensibilidade ao glúten pode ter problemas nas funções cerebrais sem ter nenhum tipo de problema gastrointestinal. Por essa razão, ele testa a sensibilidade ao glúten em todos os pacientes que têm transtornos neurológicos inexplicáveis.

Diversos casos de melhoras de doenças neurológicas ao se retirar o glúten da alimentação são apresentados. Inclusive casos de pessoas que conseguem controlar os sintomas apenas com a alimentação adequada.

O diabetes também é relacionado às doenças neurológicas, principalmente Alzheimer. É realmente interessante toda a parte que discorre sobre esse assunto.

Ao longo do livro o famoso colesterol é debatido, bem como, o uso questionável das estatinas. A herança genética é outro tema bastante discutido, principalmente mostrando como ela não é uma sentença de morte. No fim das contas, ela é o que menos impacta no desenvolvimento das doenças neurológicas.

E claro, no quesito carboidratos x obesidade Taubes não podia ficar de fora:

Adoro a forma como Taubes traça um paralelo entre a relação de causa e efeito que une os carboidratos e a obesidade, e o elo entre o fumo e o câncer. Se os cigarros não tivessem sido inventados, o câncer pulmonar seria uma doença rara. Da mesma forma, se nossas dietas não fossem tão ricas em carboidratos, a obesidade seria uma condição rara. Eu iria um passo além e diria que outras condições também seriam incomuns, inclusive o diabetes, as doenças cardíacas, a demência e o câncer.

Na segunda parte do livro é feita uma interessante explicação sobre os hábitos que levam a um cérebro saudável – a tríade nutrição, exercícios e sono. E por fim, na terceira parte, é apresentado o programa de um mês que auxilia na mudança de hábitos. Tem até cardápio e receitas para aqueles que gostam de ter tudo regrado.

Eu considero o A Dieta da Mente um livro melhor do que o Barriga de Trigo para iniciar pessoas no tema. Não é completo, mas é muito rico no foco que dá. Considera de forma mais firme os carboidratos como nocivos (nos padrões de consumo tradicionais da dieta ocidental) e trata explicitamente dos benefícios das gorduras naturais.  Por tratar de problemas relacionados à saúde do cérebro, acredito que sensibilize muito mais pessoas, afinal são questões que independem de estar acima do peso.

O Dr. David apareceu no programa do Dr. Oz falando sobre o tema. Confere lá (em inglês): http://goo.gl/lg2Qbz

Veja e-Book disponível. 

Vocês gostaram do que leram em A Dieta da Mente?

4 COMENTÁRIOS

  1. Cara, Dieta da Mente é simplesmente fantástico!!!
    Comprei ele junto com o Barriga de Trigo, mas por indicação de um amigo iniciei pela Dieta da Mente. Quando tu pensa que acabaram os argumentos ele cavoca mais e mais coisas, impossível ler e continuar com o pensamento anterior a leitura sobre os carboidratos. Recomendo a todos que posso…

  2. Concordo com você! Esse é bem melhor que o Barriga de Trigo.
    Leitura fácil e super didático.
    Adorei a explicação sobre a insulina, muito interessante.

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