O dia após o Viver Paleo

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Elas me tocaram de uma forma que eu só consegui perceber no dia seguinte…

Sábado ao final do evento, fiquei muito motivada. Entusiasmada com as palestras, os relatos, as conversas, a simpatia, a beleza daquele momento, de conhecer ao vivo tantos perfis de redes sociais, tantas pessoas que acreditam na mesma filosofia de alimentação que eu.

Então fui para casa e vi que, na realidade, me manter naquele momento de empolgação não seria tão fácil assim. Voltei ao meu dia a dia e tudo desmoronou em cima de mim. As pendências, a bagunça, a sujeira, o trabalho, as contas, as crianças, o marido: tudo ainda estava lá, demandando tempo e uma disposição que agora me pareciam sobre-humanas. A conta de passar o dia em uma atividade extra no sábado tinha chegado e me dado uma rasteira. E a máxima de “quanto mais alto maior a queda” resume bem o que senti. Eu estava bem no meu dia a dia e elas haviam elevado os meus sonhos, minhas expectativas e agora eu estava chorando achando que era impossível mudar o meu cenário sem fazer uma ruptura drástica. Largar meu emprego talvez, mas nada que fosse prudente.

Ao longo de reflexões e conversas, foi me esclarecendo exatamente o contrário, vi que a minha batalha é justamente essa: a de fazer as coisas serenas e constantes, de fazer de fato uma mudança real, de ter coragem para justamente fazer isto de uma forma nada drástica. Não só estabelecer, mas de manter as coisas sobre o equilíbrio. Sem romper, sem começar do zero, buscar uma melhoria contínua e lenta (como tenho dificuldade para isso!). E então que caiu a ficha que era justamente o que elas estavam falando e eu não tinha entendido. Tinha saído de lá com a sensação de que “amanhã será um novo começo”, que tudo seria diferente, mas não é assim. O que temos para hoje é a vida real, a mesma que tinha antes ir para o evento.

É verdade, não adquiri super-poderes, mas agora que recebi essa chacoalhada estou um pouco mais acordada. Por trás da minha compulsão estão os meus problemas reais e nada vai tirá-los de lá se eu não encará-los de frente. Para isso, é preciso estar bem acordada. Nos dias que sucedem o evento é o momento de colocar em prática o que foi aprendido na vida real: para uns é iniciar uma atividade física, para outros é diminuir os carboidratos ou voltar a cozinhar, para mim é exercitar a resiliência.

O dia foi reflexivo para muitos que estiveram lá, talvez poucos tenham tido a ressaca que eu tive, mas tenho certeza que todos têm algum dia difícil. Se você só sente euforia e animação é porque ainda não entendeu tudo. Se só viu alegria e beleza é que ainda não viu por inteiro. No dia que você acordar e entender, é neste dia que você vai sentir se elas te tocaram de uma forma mais profunda e então fará sentido ter sido usada ontem a palavra FÉ.


 

O evento Viver Paleo aconteceu em Salvador, Bahia, no dia 10 de setembro de 2016. Palestraram:

5 COMENTÁRIOS

  1. Oi Isabel, tudo bem?
    Moro em Salvador e gostaria de conhecer pessoas como vc, que se interessam por essa dieta. Eu me identifiquei com seu texto, e sei bem o que é isso, e olha que moro sozinha. Viver de um jeito diferente da maioria não é nada fácil. O bom que aos poucos nos habituamos e a rotina passa a ser mais prática. Ainda estou me acostumando com a mudança, mas a recompensa é grande e me motiva.
    Meu email para contato é daniaserra@yahoo.com.br.

  2. Lindo texto Isabel! Sempre tive esta dificuldade de “buscar uma melhoria continua e lenta”. Agora, com o avanço da idade é que percebo que “soluções mágicas” e “rupturas drásticas” não são a solução nem para nossa alimentação, nem para nossa vida. Continue em frente! O sucesso em todos os aspectos virá! Beijo, Joana

    • Oi Joana! Fico feliz que tenha gostado do texto, obrigada. No fundo somos todas muito parecidas, falta só nos encontrarmos. Sorte a nossa que a internet facilita esse convívio (mesmo que virtual). Grande beijo, Isabel

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